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Professor de Educação Física, nascido em São Paulo Capital, atuando em Natal R/N a mais de 10 anos, na avaliação prescrição de treinamento individualizado e em grupos. Atuando como técnico de atletas campeões Nacionais e Mundiais. Em NATAÇÃO bebês, natação crianças e adultos todos os níveis, HIDROGINÁSTICA, MUSCULAÇÃO crianças e adultos,CORRIDA,TRIATHLON, AVALIAÇÃO FÍSICA (saiba quanto você deve perder de peso,% gordura, músculo, avaliação aeróbia), em clínicas de estética e spas, ( PREPARAÇÃO PARA CONCURSO PÚBLICO ). Locais de atuação: condomínios, spas, residência, litoral, clínicas...AGENDE UMA VISITA SEM COMPROMISSO.

domingo, 18 de dezembro de 2011

TODOS DEVEM EXPERIMENTAR TUDO !


Nossa estrutura de categorias é determinada pela CBDA que reconhece apenas as faixas etárias Mirim I (9 anos de idade), Mirim II (10 anos), Petiz I (11 anos), Petiz II (12 anos), Infantil I (13 anos), Infantil II (14 anos), Juvenil I (15 anos), Juvenil II (16 anos), Júnior I (17 anos), Júnior II (18 e 19 anos) e Senior a partir dos 20 anos. Ainda existe, extra-oficialmente, o que se chama pré-mirim 8 anos de idade, e até os mini mirins 7 anos e menos. A CBDA não reconhece estas duas categorias nem mesmo filia os nadadores desta idade. 

O problema não está na divisão das categorias, muito menos nas faixas etárias, e sim na forma com que se limita a participação de nossos jovens nadadores em competições. Já desde as competições mini-mirim (extra-oficialmente) os nadadores são autorizados a participar de apenas uma prova enquanto que nos mirins (oficialmente) eles tem este direito aumentado para duas provas por etapa de competição. 

Os motivos para esta limitação são basicamente dois: o de proteger a criança para não ser exposta a um esforço em demasia, ou o de dar a oportunidade a outras crianças vencerem. Não vou me deter muito no segundo aspecto que é mais do que sem nexo, pois beneficiar um garoto ou outro para ganhar uma medalha a mais não pode nem sequer ser levando em consideração.
A questão que me faz escrever este artigo é o fato de limitar a participação em uma única prova ou duas não protege o jovem atleta, pelo contrário, limita ele a participar somente em um determinado estilo desde a mais tenra idade. 

O problema é que com a "especificação precoce" o jovem nadador brasileiro tem desde a categoria mirim já determinado que estilo irá nadar para o resto de sua carreira esportiva. A situação entra num ciclo quase que sem solução e fim. O nadador só pode nadar uma prova, ele é bom naquela prova, o clube tem de ganhar a competição, e o atleta precisa treinar para a prova. Está cerrada mais uma porta para o desenvolvimento múltiplo do futuro atleta. 

Isto tem gerado problemas de que no futuro determinados atletas não tenham condições físicas específicas para determinadas provas que foram pré-estabelecidas para ele anos e anos atrás.

Para se determinar um estilo ou característica do nadador, fatores como flutuabilidade, densidade corporal, centro de massa específica, força geral, potência, resistência, velocidade, e até mesmo capacidade de tolerar pressão psicológica, todos estes fatores que não conseguem ser identificados ou pré-determinados nas categorias inferiores o que acabam por determinar o prejuízo na formação de nossos atletas. 

Sei que meu grito tem eco na pessoa do campeoníssimo Ricardo Prado que declarou há algum tempo que o problema da natação brasileira é que o nadador brasileiro não nada todos os estilos. E isso é a pura verdade. Até mesmo nas categorias maiores ainda temos a lei que determina a participação em apenas duas provas por etapa. Alguém sabe me dizer porque? 

Se a resposta for para manter a competição não muito longa, isto vale mais do que o desenvolvimento do atleta? Porque privar os nadadores de nadar mais provas?

Nos Estados Unidos, existe a limitação de provas por dia, mas este limite é de 5 provas por dia em caso de etapa única, ou de 3 provas por dia em caso de eliminatória e final. Isto faz com que os jovens nadadores americanos nadem todas as provas e todas as distâncias em suas fases de formação para chegar até ao alto nível e aí sim se especializarem em determinadas provas. 

Na Inglaterra, Bill Sweetenham, o diretor nacional da natação britânica, liberou a participação dos atletas jovens em todas as provas e mais que isso eliminou todas as competições de provas em 50 metros até os 15 anos de idade! Ou seja, os nadadores das categorias inferiores da Grã-Bretanha só nadam 100, 200 e para cima. 

Bill Sweetenham não está abusando das crianças britânicas, pelo contrário, está estruturando um programa de base, onde os treinadores das categorias inferiores terão de dispensar mais tempo no trabalho técnico, na preparação aeróbia bem mais adequada a faixa etária do que os tiros de velocidade e trabalhos anaeróbicos. 

Até mesmo se fizermos uma pesquisa histórica em nossos nadadores e os nadadores internacionais você vai ver que em nossa realidade são muito poucos os nadadores que trocaram de provas enquanto isso no plano internacional acontece com muito mais freqüência. 

Por exemplo, o legendário Rogério Romero sempre foi nadador de costas, ou mesmo Rebeca Gusmão sempre foi velocista, e Eduardo Fischer já começou como nadador de peito. No plano internacional, você vai ficar surpreso em saber que Gary Hall era fundista quando estava no High School, ou mesmo Alex Popov nadava costas, e Michael Phelps foi recordista nacional americano aos 10 anos de idade nos 1500 livre.

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