Sabe-se que as lesões musculares no
esporte estão frequentemente relacionadas às chamadas contrações
excêntricas, cuja característica principal é o músculo se contrair
enquanto alonga. Movimento típico do jogador de futebol que estica mais a
perna para alcançar a bola, estando com a musculatura contraída na
espera do impacto que virá a seguir, no domínio da jogada e/ou chute
forte contra o gol adversário. Na musculação essa contração acontece nos
métodos chamados de super lento, onde o indivíduo, em cada repetição,
durante o retorno do movimento à posição de partida, procura gastar o
dobro do tempo gasto na contração do músculo. Na corrida a contração
excêntrica acontece nas descidas especialmente íngremes onde
naturalmente a gente abre mais o passada para ganhar
velocidade, ao mesmo tempo em que precisamos manter a musculatura
contraída, como se estivéssemos com o pé no freio para não despencar
morro abaixo. Estatisticamente essas contrações são responsáveis pela
maioria das lesões associadas ao estiramento, mais até nos esportes
individuais do que nos coletivos.
3 TIPOS DE CONTRAÇÃO. Já vimos em edições passadas que qualquer exercício provoca micro lesões nas fibras musculares
e o próprio organismo recompõe os tecidos danificados, tornando-os mais
fortes, sendo esse o princípio da adaptação e do fortalecimento
muscular. Por isso basicamente conhecemos três tipos de contração:
1) A concêntrica é quando o músculo vai encurtando ao produzir a força.
2) A isométrica quando o músculo produz força sem, no entanto, produzir movimento articular.
3) A excêntrica que produz força enquanto alonga, sob ação da gravidade ou de um grupo muscular antagonista.
Existe
ainda uma 4ª contração, chamada econcêntrica, própria dos músculos que
atravessam duas articulações (biarticulares) como o sartório,
popularmente conhecido como costureiro, que vem da articulação do
quadril do lado externo, atravessando de um lado para o outro à frente
da coxa e se inserindo na tíbia do lado interno. Esse músculo é
especialmente importante para o corredor porque combina os movimentos de
elevação da coxa, ao mesmo tempo em que flexiona a perna. Uma lesão
nesse músculo impossibilita a corrida, assim como os posteriores de coxa
do grupo iquiotibiais.
Paradoxalmente,
a contração excêntrica também costuma ser citada por diversos
estudiosos como um dos melhores métodos para se evitar lesões e melhor
preparar a musculatura para esportes mais duros e desafiadores e/ou
percursos difíceis de corrida. Esses autores mostram que o método é
capaz de recrutar maior quantidade de unidades motoras, aumentando a
força das fibras musculares. Em alguns casos até na fisioterapia a
contração excêntrica é utilizada na reabilitação. Ou seja, tem aplicação
nas ações curativas e/ou preventivas.
Por
isso, o corredor deverá incluir em sua planilha de treinamento corridas
em subidas, em descidas, fazer musculação usando métodos que priorizem a
contração excêntrica, além dos treinamentos normais de descontração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
POR FAVOR AGRADEÇO DESDE JÁ A ATENÇÃO E SERIEDADE DOS COMENTÁRIOS, PARA QUE A CADA DIA O QUE JÁ É BOM POSSA FICAR MELHOR!