Um programa de exercícios é composto por variáveis pedagógicas e
fisiológicas, que associadas, promovem adaptações morfológicas e
funcionais na condição de saúde e no rendimento. As variáveis
pedagógicas são caracterizadas pelos equipamentos e/ou implementos
utilizados em uma aula, enquanto que as variáveis fisiológicas refletem
os ajustes cardiorrespiratórios, metabólicos e neuromusculares durante o
exercício. Os ajustes fisiológicos estão associados a carga do
exercício (CE), que é caracterizada pela relação da intensidade (I) e do
volume (V) (CE= I x V). A intensidade de um exercício conceitua-se como
a variável qualitativa e ao volume uma variável quantitativa da
aula/treinamento. Na maioria dos programas de exercícios, a duração e a
frequência (variáveis quantitativas) são definidas pelos praticantes,
cabendo ao profissional de Educação Física, a definição da intensidade
que melhor atenderá as necessidades e objetivos do aluno. Portanto,
adotar critérios na definição da intensidade do exercício/treinamento
significa potenciar a velocidade em que ocorrerão as adaptações
cardiometabólicas e neuromusculares.
Nesse sentido, diferentes
adaptações são observadas com a combinação entre a intensidade e o
volume. As evidências científicas recentes demonstram que houve melhor
entendimento da importância do treinamento em maior intensidade e de
modelos intervalados nas adaptações cardiorrespiratórias e metabólicas,
principalmente na evolução da potência aeróbica, aspectos
bioenergéticos, bioquímicos e musculares. A comparação de estudos com
diferentes intensidades sugerem que esforços com a mesma carga do
exercício, mas com intensidades e volumes inversamente proporcionais,
apresentam resultados diferentes. Por exemplo andar a 6 Km/h durante uma
hora resulta em uma distância de 6 Km, enquanto que correr a 12 km/h
por 30 minutos também resulta em uma distância percorrida de 6 Km, mas
com adaptações diferentes. Neste caso, último caso, maior gasto calórico
por minutos, maior consumo de oxigênio, maior demanda metabólica
muscular e cardiovascular são observadas, sugerindo que o treinamento em
alta intensidade tende a ser mais efetivo nas adaptações que esforços
moderados (Balabinis et al 2003; Tanisho K, Hirakawa, 2009 e Macpherson et al 2011).
Porém vale ressaltar que a avaliação física, torna-se necessária na
prescrição do treinamento, considerando o limiar anaeróbico como ponto
de controle da intensidade e sua extrapolação para a frequência cardíaca
e mais recentemente na percepção de esforço.
Uma das principais vantagens dosHigh Intensity Interval Training(HIIT)
pauta-se na maior eficácia com menos tempo de treinamento, tendo com
ganhos similares ou maiores que treinamentos mais longos. Em estudo
recente Giannali, et al, 2015, compararam o efeito de 8 semanas de
treinamento intervalados de alta intensidade com os treinamentos
convencionais em adultos e o impacto na aptidão física e gordura
visceral. Os indivíduos foram submetidos a oito semanas de intervenção.
No estudo, 23 participantes fizeram treinamento em academias 4 dias na
semana e 16 participantes fizerem exercícios nas academias 2 vezes na
semana na forma de HIIT. Foi mensurada a gordura visceral e adiposidade
subcutânea com impedância bioelétrica e ressonância magnética nuclear,
além da aptidão cardiorrespiratória, velocidade, força explosiva de
membros inferiores e flexibilidade em testes de campo. Os resultados
mostraram que os dois programas reduziram adiposidade visceral e
subcutânea, força, flexibilidade e força de membros inferiores. Porém, a
aptidão cardiorrespiratória apresentou maiores ganhos com o treinamento
HIIT, assim como a maior redução da adiposidade visceral ocorreu no
treino HIIT, demonstrado pela quantidade de gordura intra-abdominal,
assim como pela redução da circunferência da região, levando os autores a
concluírem que o treino HIIT é um método recomendável para pessoas que
estejam efetivamente interessadas em ganhos mais rápidos que modelos
tradicionais.
Em outro estudo, Peake et al (2014) compararam a
resposta hormonal e metabólica de treinamento intervalado – alta
intensidade com treinamento contínuo-moderado. Os autores avaliaram 10
indivíduos treinados com altas intensidades entre 81 e 70% VO2máx
(equivalente a 90 e 82% FCmáx) e moderado (66% VO2máx, equivalente a 72%
FCmáx). OS resultados demonstraram que o treinamento HIIT aumentou
significativamente a glicose plasmática, lactato e levemente o ácido
graxo sérico, além de 13 metabólitos. A concentração dos hormônios
cortisol, GH e ACTH foram maiores no HIIT que esforço moderado. Por
outro lado, a concentração de interleucinas e noradrenalina não foram
diferentes entre as intensidades. Os autores ressaltam que a degradação
de aminoácidos foi menor após o treino HIIT, indicando que efeito
contraregulador de hormônios anabólicos no HIIT comparado ao
treinamento com intensidade moderada.
O treinamento intervalado e
em alta intensidade parece contribuir efetivamente com a resposta
metabólica-endócrina, como apresentado por Peake, et al (2014); na
composição corporal como relatado por Naimo, et al (2014); na resposta
endotelial e função cardiovascular como relatado por Grace, et al (2015)
e na qualidade de vida em transplantados (Dall et al, 2013). Dentre os
estudos relacionados à função muscular, destacamos os achados de Perry
et al (2008), que conceituam HIIT como treinamento aeróbico com variação
de esforços em alta e moderada intensidade e/ou esforço em intensidade
máxima (all-out efforts). Nessas condições a capacidade muscular em
oxidar carboidrato e ácido graxo livre não foram totalmente elucidadas,
mas apresentam papel singular em programas de exercícios em se objetiva o
emagrecimento e aumento de massa muscular. O protocolo de exercício e a
resposta no perfil enzimático aeróbico foram analisados em 6 semanas de
treinamento de alta intensidade em adultos destreinados. O treinamento
consistia em 50 minutos com 10 sprints 90% da FCmáx em cicloergômento
com 4 minutos de esforço e 2 minutos de intervalo a 60% da FCmáx, feito
em três sessões semanais. Os autores avaliaram por biópsia muscular a
resposta enzimática, encontrando aumento em 185 da enzima citocromo
oxidase; 26% da citrato cintetase; 29% da beta-hidoxiacil-Coa; 26% da
aspartato amino transferase e 21% da piruvato sintetase. Ainda encontrou
aumento na FAT/CD36, FABPpm, GLUT 4 e MCT 1 (transportadores proteicos
de gordura, glicose e lactato) entre 14% e 30% além do aumento no
conteúdo total de glicogênio em 59%. As principais adaptações reportadas
pelos autores estão na redução da glicogenólise e acúmulo de lactato
prévio ao esforço Assim, os autores concluem que 6 semanas de
treinamento de HIIT é um importante método no aumento da capacidade do
músculo esquelético e aumentar a oxidação de ácido graxo e carboidrato.
Embora
ainda todo o processo adaptativo relacionado ao treinamento HIIT não
esteja totalmente elucidado, as evidências são bastante promissoras
relação dose de esforço- tempo-resposta.
Quem sou eu
- CHINA PERSONAL TRAINER CREF 000-504 G/RN (84)VIVO 98848-1292 / TIM - WHATSAPP 99636 - 8474 / IG @chinapersonal
- Professor de Educação Física, nascido em São Paulo Capital, atuando em Natal R/N a mais de 10 anos, na avaliação prescrição de treinamento individualizado e em grupos. Atuando como técnico de atletas campeões Nacionais e Mundiais. Em NATAÇÃO bebês, natação crianças e adultos todos os níveis, HIDROGINÁSTICA, MUSCULAÇÃO crianças e adultos,CORRIDA,TRIATHLON, AVALIAÇÃO FÍSICA (saiba quanto você deve perder de peso,% gordura, músculo, avaliação aeróbia), em clínicas de estética e spas, ( PREPARAÇÃO PARA CONCURSO PÚBLICO ). Locais de atuação: condomínios, spas, residência, litoral, clínicas...AGENDE UMA VISITA SEM COMPROMISSO.
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